Resumo
Este artigo analisa a releitura da figura de Inês de Castro feita por Fiama Hasse Pais Brandão, sobretudo no poema Inês de Manto, publicado na obra Barcas Novas (1967). A pesquisa parte da comparação entre a representação de Inês em Os Lusíadas, de Luís de Camões, e na poesia de Fiama, observando como a autora portuguesa do século XX desloca a personagem da esfera do amor idealizado e heroico para uma perspectiva crítica e contemporânea. Embora Camões tenha contribuído significativamente para a construção literária do mito de Inês, a releitura de Fiama propõe uma ruptura com essa tradição, evidenciando o sofrimento feminino sob signos materiais e simbólicos. A análise mobiliza conceitos de intertextualidade e releitura, visando compreender como a linguagem poética de Fiama desconstrói o cânone camoniano e propõe novas formas de representação do feminino na literatura.
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