Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas https://www.revistaveredas.org/index.php/ver <h2><sub>Veredas: revista da Associação Internacional de Lusitanistas</sub></h2> <div id="content"> <div id="journalDescription"> <p><strong><em>Veredas</em></strong> é uma revista semestral da <a href="https://www.lusitanistasail.org/">Associação Internacional de Lusitanistas</a>. Trata-se de uma publicação científica que tem como objetivo a divulgação de pesquisas sobre a literatura e a cultura dos países de língua portuguesa. </p> </div> </div> Associação Internacional de Lusitanistas — AIL pt-BR Veredas: Revista da Associação Internacional de Lusitanistas 2183-816X <p>Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:</p> <ol> <li>Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a <a href="https://creativecommons.org/licenses/by/4.0/">Licença Creative Commons Attribution </a>que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.</li> <li>Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.</li> <li>Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja <a href="http://opcit.eprints.org/oacitation-biblio.html" target="_new">O Efeito do Acesso Livre</a>).</li> </ol> Expediente https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1035 Editor Veredas AIL Copyright (c) 2025 Editor Veredas AIL https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 Passaram ainda além... dos estereótipos: questões de género na obra camoniana https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1034 <p>No momento em que se comemora o quinto centenário do nascimento de Luís Vaz de Camões, pretende-se estimular a discussão sobre a sua obra, dirigindo o foco para a abordagem de temas que interpelam os ledores e ledoras da atualidade.Procurando fomentar a reflexão crítica sobre as questões de género na produção camoniana, de modo a resgatar o interesse deste valioso contributo para a história cultural do século XVI, este dossiê visa aprofundar o estudo da mentalidade que embasou a fortuna crítica e/ou poética dessas temáticas, seja na atualidade, seja em outros períodos históricos, de acordo com valores e desejos dominantes. A seleção reúne, assim, propostas de investigação que promovem o diálogo interdisciplinar, envolvendo diferentes áreas científicas como a Literatura, a História, os Estudos Culturais, os Estudos Feministas e os Estudos Homoeróticos.</p> Marcia Arruda Franco Filipa Araújo Copyright (c) 2025 Marcia Arruda Franco, Filipa Araújo https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 5 7 10.24261/2183-816x0043 O bacharel Salomão II, pseudónimo de Camilo Castelo Branco: nove sonetos esquecidos que visam Ramalho Ortigão e Eça de Queirós https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/949 <p>Este artigo de Crítica Textual tem como principal objetivo dar a conhecer, através de uma edição crítica, nove sonetos de Camilo Castelo Branco recentemente descobertos, bem como a história que os rodeia. A temática polémica, que inclui a referência a escritores realistas como Ramalho Ortigão e Eça de Queirós, teria sido um dos motivos para os poemas não terem sido publicados em livro. Camilo, quase cego e a poucos meses de pôr fim à vida, deixara de escrever romances; as criações deste período, por serem escassas, são de especial importância para compreender o pensamento de um dos maiores romancistas da língua portuguesa.</p> Patrícia Franco Copyright (c) 2025 Patrícia Franco https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 127 141 10.24261/2183-816x0943 “A ilha de Circe” de Natália Correia: entre ilhas e metamorfoses https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/983 <p>O estudo tem como objetivo analisar a intrincada rede de temas e simbolismos presentes na coletânea A ilha de Circe, nomeadamente as marcas de insularidade as quais aproximam Correia a outros autores (insulares), incidindo mais particularmente na novela homónima. A novela “A ilha de Circe” explora a licantropia, associando-a à figura de Circe, cujo poder transformativo é semelhante ao de Matilde. Interessa perceber como a narrativa reflete a crítica social e política de Correia, aludindo ao conto “Nações Unidas”, onde a violência e a desumanização são exploradas. É também destacado o papel feminino, através da personagem Matilde, que desafia as normas e detém um poder estonteante e potenciador de uma nova dinâmica social.</p> Ana Cabete Isa Severino Copyright (c) 2025 Ana Cabete; Isa Severino https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 142 157 10.24261/2183-816x1043 Mia Couto: o suplemento de origem, em Terra Sonâmbula... https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/995 <p>Vimos, no romance de Mia Couto, as implicações do dito de Muidinga, sobre os cadernos de Kindzu, ao chamar-lhes cartas. Pensámo-las a partir da noção derridiana de suplemento e – para compreender a amnésia de Muidinga – vimos as diferenças que se abriram no campo da psicotraumatologia entre Freud, Pierre Janet e Ferenczi, até psicanalistas que, como Philip Bromberg, hoje pensam a dissociação como parte constitutiva de um sujeito plural, em vez de reduzi-la ao recalcamento freudiano. Dada a auto-definição de Kindzu como escritor de sonhos, perguntámo-nos o que poderia ser uma “escrita pré-literal” – como a dos sonhos tidos, por Muidinga, como “cartas para as nossas outras, restantes vidas”. Isto lendo “Freud et la scène de l'écriture”, de L'écriture et la différence e “Ce dangereux supplément...”, de De la grammatologie, “Envois”, de La carte postale ou “Télépathie”, de Psyché - Inventions de l'autre, de Jacques Derrida.</p> Jose Paulo Pereira Copyright (c) 2025 Jose Paulo Pereira https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 158 177 10.24261/2183-816x1143 A escrita de uma história literária regional na perspectiva da Teoria dos Pontos Nodais https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/987 <p>Este artigo objetiva desenvolver uma estratégia metodológica baseada na Teoria dos Pontos Nodais, com vistas a escrever uma história literária regional. Na parte inicial do texto, são apresentados dados que contextualizam a proposta, tais como a base teórica (região, regionalidade, regionalismo e literatura regional), o acervo de materiais primários e o tratamento dado a eles. Na sequência, a partir de pesquisa semelhante realizada por Rolf Parr (2018; 2019), explicita-se a Teoria dos Pontos Nodais e, tomando como base a análise preliminar dos materiais recolhidos, propõem-se os pontos nodais a serem desenvolvidos durante a escrita de uma história literária da Região Metropolitana da Serra Gaúcha (RMSG). A fundamentação teórica é formada por autores que tratam de literatura regional, como Berumen (2005), Mecklenburg (2013), Stüben (2013), Joachimsthaler (2013) e Parr (2018; 2019).</p> João Claudio Arendt Copyright (c) 2025 João Claudio Arendt https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 178 194 10.24261/2183-816x1243 O jogo bucólico do homoerotismo camoniano na Écloga dos Faunos https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1007 <div class="page" title="Page 1"> <div class="layoutArea"> <div class="column"> <p>O artigo analisa a presença do homoerotismo na Écloga dos Faunos de Luís de Camões, explorando suas raízes na tradição bucólica clássica e sua relação com a mitologia homoerótica. O estudo examina como a écloga camoniana dialoga com as Bucólicas de Virgílio e os Idílios de Teócrito, utilizando convenções do gênero para inserir um subtexto homoerótico. A análise identifica referências mitológicas do panteão homoerótico articuladas no poema, bem como a dinâmica pederástica sugerida pela dedicatória ao nobre Dom António de Noronha. Além disso, investiga-se o impacto da censura inquisitorial e o uso da mitologia como estratégia para codificar o desejo homoerótico dentro dos limites do discurso renascentista. Conclui-se que a écloga de Camões não apenas perpetua a tradição bucólica, mas também a reinterpreta à luz das convenções e restrições culturais do século XVI.</p> </div> </div> </div> Maria Clara Ramos Morales Crespo Marcia Arruda Franco Copyright (c) 2025 Maria Clara Ramos Morales Crespo, Marcia Arruda Franco https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 8 24 10.24261/2183-816x0143 Ecos de Eros: poder feminino e representações de gênero na Ilha dos Amores de Os Lusíadas https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1021 <p>O artigo propõe uma leitura cerrada e imanente do episódio da Ilha dos Amores em Os Lusíadas, ar­ticulando os estudos de gênero à filosofia de Deleuze. Ao analisar figuras como Vênus e as ninfas, o texto evidencia como essas personagens, longe de serem meros adornos ou prêmios, funcionam como potências simbólicas de agência, desejo e memória poética. A leitura recusa interpretações alegóricas ou funcionalistas, sugerindo que o erotismo operado no poema atua como linguagem de consagração e glória, desestabilizando a lógica patriarcal da épica tradicional. O estudo incorpora reflexões de autoras como Cleonice Berardinelli, Paula Cunha e Rafaella Teotônio, revelando como o feminino, em Camões, é força de composição estética e narrativa. Dessa forma, o poema é interpretado como campo de tensão entre tradição e subversão, cujos ecos ressoam nas leituras contemporâneas da literatura e do poder.</p> Daniel Batista Lima Borges Copyright (c) 2025 Daniel Batista Lima Borges https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 25 36 Atitudes da sociedade quinhentista perante a mulher: de Camões e do teatro popular à realidade social e étnica https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1008 <p>O tema aqui tratado é o da existência ou não de correspondência entre as ideias em voga no Portugal quinhentista acerca das mulheres das várias etnias nele residentes, refletida pela literatura, e a realidade concreta. Esta última é dada a conhecer por textos de natureza administrativa, civis e eclesiásticos, ou por relatos de estrangeiros, por isso mais credíveis que as obras literárias. Estas, no caso da poesia, eram influenciadas por razões de estilo ou tradição cultural, ou, no caso do teatro, pela necessidade de agradar ao público. Através de excertos de vários autores, desde Camões aos dramaturgos mais populares, transmitem-se as diferentes visões acerca dos vários tipos de mulher, concluindo, na maior parte dos casos, pela correspondência, apesar de algo exagerada, entre a realidade apresentada pelas fontes não literárias com a que a literatura revela.</p> Jorge Fonseca Copyright (c) 2025 Jorge Fonseca https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 37 49 10.24261/2183-816x0343 Sedução e honra no Auto dos Enfatriões https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1020 <p>As personagens masculinas principais das duas narrativas do Auto dos Enfatriões, Feliseu e Anfatrião, demonstram, com os seus ditos e feitos, o funcionamento de duas importantes categorias da masculinidade: a sedução e a honra. Este estudo pretende explorar como a subjetividade masculina de Feliseu e Anfatrião se desenvolve em torno da tensão entre os seus desejos e vontades e a inevitabilidade dos ideais hegemónicos de “ser homem” no século XVI. Se o caso de Feliseu demonstra as complexidades da sedução, dotada até de um caráter homossocial, e desvenda os possíveis sofrimentos masculinos devido à definição patriarcal do matrimónio, a estória de Anfatrião revela como um sofrimento presente pode ser proveitoso no futuro, especialmente quando a recompensa é uma filiação a um ideal de masculinidade impossível de alcançar sem auxílio divino.</p> Carlos Silva Paula Almeida Mendes Copyright (c) 2025 Carlos Silva, Paula Almeida Mendes https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 50 73 10.24261/2183-816x0443 O avesso do bordado – Inês de Castro, de Canto, de Manto – releitura de Camões por Fiama Hasse Pais Brandão https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1012 <p>Este artigo analisa a releitura da figura de Inês de Castro feita por Fiama Hasse Pais Brandão, sobretudo no poema Inês de Manto, publicado na obra Barcas Novas (1967). A pesquisa parte da comparação entre a representação de Inês em Os Lusíadas, de Luís de Camões, e na poesia de Fiama, observando como a autora portuguesa do século XX desloca a personagem da esfera do amor idealizado e heroico para uma perspectiva crítica e contemporânea. Embora Camões tenha contribuído significativamente para a construção literária do mito de Inês, a releitura de Fiama propõe uma ruptura com essa tradição, evidenciando o sofrimento feminino sob signos materiais e simbólicos. A análise mobiliza conceitos de intertextualidade e releitura, visando compreender como a linguagem poética de Fiama desconstrói o cânone camoniano e propõe novas formas de representação do feminino na literatura.</p> Andreiza Oliveira Lemos Marcia Arruda Franco Copyright (c) 2025 Andreiza Oliveira Lemos, Marcia Arruda Franco https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 74 87 10.24261/2183-816x0543 Releituras contemporâneas da Ilha dos Amores em Gonçalo M. Tavares e Yara Nakahanda Monteiro https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1009 <p>O episódio que se convencionou chamar “a Ilha dos Amores” é um dos que ocupam maior espaço em Os Lusíadas, de Luís de Camões, trazendo questões acerca do amor, do heroísmo e da recompensa utópica. A face luminosa dessa ilha, arquétipo do paraíso, deixa entrever, por outro lado, o desânimo do autor quanto à própria realidade em que viveu: o Portugal em crise após o apogeu dos “descobrimentos”. Se, com frequência, a paisagem vívida e simbólica criada por Camões continua sendo lembrada por sua sensualidade alegre, é o viés obscuro que ressurge, no século XXI, em obras como Uma viagem à Índia, poema narrativo de Gonçalo M. Tavares, e Essa dama bate bué!, romance de Yara Nakahanda Monteiro. Ambas, em inúmeros diálogos com a epopeia portuguesa, trazem releituras da Ilha de Vênus, como discutiremos aqui.</p> Larissa Fonseca e Silva Marcia Arruda Franco Copyright (c) 2025 Larissa Fonseca e Silva, Marcia Arruda Franco https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 88 100 10.24261/2183-816x0643 A mulher camoniana na poesia de Vasco Graça Moura https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1013 <p>Camões – e o com que ele se relaciona – constitui uma referência fundamental para compreender o universo poético de Vasco Graça Moura. A produção lírica do autor testemunha um notável exemplo de receção criativa e configura um significativo eixo estruturante para a análise do privilegiado diálogo que o autor estabelece com Camões. Neste contexto, procura-se, sobretudo na representação poética da mulher, dilucidar a rede de nexos intertextuais, com o propósito de identificar inovadores elementos compositivos inspirados na grandeza e no valor do legado camoniano.</p> José Manuel Ventura Copyright (c) 2025 José Manuel Ventura https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 101 114 10.24261/2183-816x0743 Camões destro, Camões sinistro: nũa mão sempre o quê? E noutra, o que mais? https://www.revistaveredas.org/index.php/ver/article/view/1004 <p>A poesia de Luís de Camões se caracteriza por trabalhar, muitas vezes de modo dialético, alguns pares. Um deles, não necessariamente explorado à exaustão pelo poeta, mas aberto a uma leitura atenta, é o das duas mãos. A imagem do próprio poeta, com suas mãos em papel importante, é objeto de um dos mais famosos retratos que Camões mereceu – nele, é tematizada uma necessidade vital muito básica, que o poeta faz conviver, em sua obra, com algumas nobrezas, sobretudo a da experiência amorosa. O que está em jogo, na fome de alimento e no desejo, é o corpo. Por isso, ler imagens-chave do soneto “Bem sei, Amor, que é certo o que receio”, especialmente a imagem da mão no seio, em articulação com outros momentos da poesia camoniana, pode ser uma porta (giratória) de entrada para zona significativa dessa obra.</p> Luis Maffei Copyright (c) 2025 Luis Maffei https://creativecommons.org/licenses/by/4.0 2025-06-30 2025-06-30 43 115 126 10.24261/2183-816x0843